quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Ele é imprevisível, seu rosto é sempre uma máscara, a qualquer instante não faço ideia do que está pensando. A qualquer instante sou tomada pelo medo e a paixão. Quando estou com ele parte de mim diz: "CORRA”, mas a outra parte diz: "AME-O”. Beijá-lo faz com que cada preocupação evapore. Eu deveria rir da posição em que me coloquei? Eu deveria rir da minha própria escolha ruim? O que há de bom em ter um corpo, uma vida, se eu não posso ter ele? Eu queria voltar no tempo e reviver cada momento. Mais um sorriso secreto, mais uma risada compartilhada. Mais um beijo eletrizante. Achá-lo foi como achar alguém que eu não sabia que estava procurando. Ele tinha chego à minha vida tarde demais, e agora partira cedo demais. Eu lembrei dele me dizendo que desistiria de tudo por mim. Mas eu não desisti de tudo por ele. Eu o deixei sair e fechei a última porta.
E em uma madrugada gelada, eu me encontrei sozinha e desprotegida. Eu sentia algo ruim mergulhando em minhas roupas, queimando minha pele, possuindo a minha mente. Eu lutei contra as lágrimas, sufocando um grito de ódio. Meu corpo tremendo por dentro, minha pulsação acelerava repentinamente. Medo.
Eu prendi minha respiração na tentativa de acalmar aquela estranha força dentro de mim e fechei os olhos. Quando os abri novamente, ele estava perto de mim. Nenhuma palavra. Antes que eu conseguisse registrar o alívio por descobrir que ele estava na minha frente, ele me puxou contra si e entrelaçou seus braços ao meu redor. Meus joelhos tremeram e seu abraço era a única coisa me mantendo de pé.
O medo e o frio se foram, agora minha pulsação estava acelerada pela proximidade de nossos corpos. Eu tive que me conter. Percebi que precisava daquilo, não poderia viver sem. Imaginei que estaria ali quando eu precisasse. Mas no instante seguinte eu estava sozinha de novo. Eu não sabia se aquilo acontecera realmente, mas sabia que ele existia e eu estava completa e perdidamente apaixonada. Eu poderia tê-lo, disso eu não tinha a menor dúvida. Mas o problema é que para isso acontecer, uma parte de mim teria que morrer, e eu não era corajosa o bastante para matá-la quando só eu poderia fazer isso.

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