domingo, 19 de dezembro de 2010

Soneto 151


Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e ameno;
O vento espalha as folhas pelo chão,
E o domínio do esio é bem pequeno.
As vezes brilha o solem demasia,
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na eterna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno;
Esse encanto que tens não perderás,
Nem chegarás da morte o triste inverno:
Nestas linhas, com o tempo crescerás.
E enquanto na terra houver um ser,
Meus versos te farão viver.
William Shakespeare

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