segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Hoje senti-me acordando de uma longa noite de sonho. Eu lembro ter visto uma lágrima no travesseiro, talvez duas. Lembro dos meus joelhos marcados, dos dias contados e dos vários meses riscados no calendário.


Eu queria, como eu te queria. Como um enfermo que deseja a cura. Como um pássaro de asas quebradas querendo voar.


E te querendo tanto, eu te esperava. Contando cada dia eu eperava. Como o detento espera pela liberdade. Como uma criança esperando pelo aniversário.


E assim eu lutava, cada vez mais, com todas as minhas forças tentando te fazer notar, que eu faria qualquer coisa para estar ao seu lado. Mas parecia que estava apenas cavando um enorme buraco onde você enterraria meu castelo tão bem construído de sonhos.


Mas eu mesma estava me enterrando. Eu mesma me prendendo quando você dizia para que eu fizesse o contrário. E eu alimentei minhas esperanças até que elas cresceram e começaram a me sufocar. Então decidi deixá-las para trás. Não desistindo, apenas mudando de planos.


Porque eu cansei de viver presa a um fantasma, a uma linda história que só existia em minha mente. Não irei novamente alimentar essas mentiras voando ao meu redor. Essa noite fechei a última porta. Esa noite chorei a última lágrima. Estou apenas indo concertar os pedaços destruídos do meu castelo.

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